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Golpe do Pix

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O Pix trouxe rapidez, praticidade e liberdade para quem movimenta dinheiro online, mas também abriu espaço para diferentes golpes envolvendo o sistema de pagamentos mais utilizado do país. 

Se você usa Pix no dia a dia — para pagar, vender ou receber — é fundamental entender como os golpistas agem e o que fazer para não cair nessa armadilha. Neste artigo, mostramos os principais tipos de golpe envolvendo o Pix e, claro, como se proteger de cada um deles.

O que é o golpe do Pix?

É qualquer tentativa de enganar uma pessoa para que ela transfira dinheiro via Pix para a conta de um golpista. Como a transação acontece na hora e sem possibilidade de cancelamento imediato, os criminosos usam isso a seu favor.

Esses golpes podem acontecer por WhatsApp, Instagram, SMS, telefone, aplicativos de compra e venda ou até por meio de perfis falsos. Qualquer pessoa conectada pode virar vítima — de estudantes a aposentados, de vendedores informais a pequenas empresas.

Segundo dados do Banco Central, o Pix já é o meio mais usado para transferências no Brasil. E com tanta movimentação, os criminosos viram uma nova oportunidade de aplicar fraudes digitais.

Principais golpes envolvendo o Pix 

Criminosos aproveitam da velocidade do Pix para aplicar diferentes tipos de golpe — desde transferências falsas até comprovantes forjados e promessas de dinheiro fácil. Eles agem em redes sociais, marketplaces, aplicativos de conversa, e até em transmissões ao vivo.

A seguir, listamos os principais golpes envolvendo o Pix, com explicações diretas para você entender como funcionam e se proteger.

Golpe bug do Pix 

O golpe do bug do Pix é um esquema enganoso em que criminosos induzem a vítima a acreditar que há uma falha no sistema do Pix que permite duplicar ou aumentar valores transferidos.

  • Muitas vezes, os criminosos usam nomes de bancos, empresas ou influenciadores para dar credibilidade;
  • Pedem valores baixos, como R$ 1, R$ 5 ou R$ 10, para atrair mais vítimas;
  • O dinheiro nunca volta, e quem tenta o "truque" só ajuda o golpista a lucrar.

O golpista convence a pessoa a enviar um valor via Pix para uma determinada chave, garantindo que ela receberá um valor muito maior em retorno. No entanto, assim que a transação é feita, o dinheiro desaparece e os criminosos somem, sem cumprir a falsa promessa.

Como se proteger:

  • Desconfie de qualquer promessa de dinheiro fácil ou multiplicado;
  • Nunca envie Pix com base em vídeos ou prints de redes sociais;
  • Lembre-se:não existe um "bug do Pix".

Golpe do Pix agendado 

No golpe do Pix agendado, o criminoso simula uma transferência via Pix, mas na verdade agenda o pagamento para uma data futura.

Para enganar a vítima — geralmente um vendedor ou prestador de serviço — ele apresenta o comprovante do Pix agendado, dando a impressão de que o dinheiro já foi transferido. Após receber o produto, serviço ou até mesmo uma quantia da vítima, o golpista simplesmente cancela a transação antes da data agendada.

O resultado? A vítima fica sem o dinheiro e sem o que foi entregue. 

Como se proteger?

  • Nunca entregue produtos ou serviços apenas com base em comprovantes de Pix — sempre confirme o recebimento efetivo do valor na sua conta.
  • Verifique no extrato do seu banco se o Pix foi realmente concluído ou se está apenas agendado para uma data futura.
  • Desconfie de pressa e urgência para que o item ou serviço seja entregue imediatamente após o envio do comprovante.
  • Lembre-se: comprovantes de Pix podem ser facilmente falsificados ou usados com má-fé (como no caso de Pix agendado).

Golpe do Pix errado

O golpe do Pix errado começa com uma transferência feita pelo criminoso para a chave Pix da vítima, geralmente um número de celular.

Logo em seguida, o golpista entra em contato — normalmente por WhatsApp, SMS ou ligação — alegando que fez a transferência por engano. Com um tom urgente e convincente, ele pressiona a vítima a devolver o valor.

A vítima, ao conferir o extrato, de fato encontra o Pix recebido e, querendo agir com honestidade, devolve o dinheiro. No entanto, a pedido dele, ela faz isso para uma nova chave Pix fornecida pelo golpista, e não para a conta de origem da transferência.

É aí que o golpe se completa: o criminoso aciona o MED (Mecanismo Especial de Devolução), alegando ao banco que foi vítima de um golpe. O banco, ao analisar o caso, percebe que o dinheiro enviado foi repassado a outra conta — o que pode levantar suspeitas contra a vítima. O saldo é então retirado da conta dela e devolvido ao golpista, que já havia recebido o valor anteriormente.

No fim, a vítima perde o valor duas vezes: ao fazer a devolução ao golpista e ao ter o saldo retirado pelo banco.

Como se proteger?

  • Caso receba um Pix por engano, não faça um novo Pix para devolver o valor.
  • A forma correta de devolver é acessando a transação recebida no extrato do app do seu banco. 
  • Ao acessar a transferência, encontre a opção "devolver valor". 
  • Isso garante que o valor seja devolvido de forma segura e rastreável.
  • Fazer um novo Pix pode gerar duplicidade de pagamento, caso o remetente acione o banco para pedir a devolução oficial.

Golpe do robô do Pix

O chamado Robô do Pix é apresentado como uma ferramenta milagrosa para aumentar suas chances de ganhar sorteios e promoções em redes sociais, como o Instagram. A promessa é simples: você adquire um sistema automatizado que supostamente participa de vários sorteios ao mesmo tempo e, com isso, multiplica suas chances de ganhar prêmios — inclusive em dinheiro.

Essas ofertas geralmente aparecem em perfis com muitos seguidores, que passam uma falsa sensação de credibilidade. Em alguns casos, os golpistas chegam a enviar um valor simbólico via Pix, como forma de "prova" de que o robô realmente funciona.

Além disso, é comum o uso de falsos depoimentos, prints de supostos ganhadores e até vídeos com pessoas agradecendo pelos prêmios recebidos — tudo cuidadosamente montado para parecer legítimo.

No entanto, tudo não passa de um golpe. Após o pagamento pelo acesso ao "robô", a vítima simplesmente não recebe nada ou é direcionada a uma ferramenta ineficaz. Em alguns casos, os criminosos continuam pedindo novos pagamentos com promessas de desbloqueio de funções extras, resultados mais rápidos ou taxas administrativas.

Como se proteger?

  • Desconfie de promessas milagrosas: Nenhuma ferramenta legítima garante prêmios em sorteios com facilidade ou rapidez.
  • Verifique a origem da oferta: Perfis com muitos seguidores podem ser comprados ou hackeados — isso não é sinal de confiança.
  • Nunca pague para participar de sorteios: Sorteios autênticos são gratuitos. Cobranças são um forte indicativo de golpe.

Golpe do Pix em lives do Youtube 

O golpe do Pix em lives do YouTube acontece quando criminosos transmitem ilegalmente eventos populares — como jogos de futebol, reality shows ou sorteios — e aproveitam a audiência para enganar as vítimas. Durante essas transmissões, eles exibem mensagens na tela incentivando o envio de Pix com promessas enganosas, como melhorar a qualidade da live, participar de sorteios ou receber valores de volta.

Um dos principais truques usados é o "sorteio do maior Pix": os golpistas dizem que quem enviar o maior valor durante a live vai ganhar todo o dinheiro arrecadado ou um prêmio em dinheiro. Para dar mais credibilidade, eles mostram falsos comprovantes e depoimentos de supostos vencedores, além de usar nomes e imagens de marcas conhecidas.

No entanto, tudo é falso. Os valores enviados pelas vítimas vão direto para as contas dos criminosos. 

Como se proteger?

  • Evite acessar lives piratas. Prefira assistir conteúdo apenas em plataformas oficiais. 
  • Não faça pagamentos para liberar melhorias em lives. Se uma live está com som atrasado, imagem ruim ou qualquer outro problema, isso afeta todos os espectadores — e não é possível "melhorar" a transmissão só para você.
  • Desconfie de transmissões que prometem devolução de Pix ou sorteios de valores altos. Esse é um dos principais indícios de golpe.

Golpe da mão fantasma 

O golpe da mão fantasma ganhou uma versão mais sofisticada e perigosa nos últimos tempos. Antes, os criminosos precisavam acessar remotamente o celular da vítima para alterar manualmente o destinatário de uma transferência — geralmente durante um Pix — sem que o usuário percebesse. A ação era sutil, mas ainda exigia que o golpista estivesse conectado no momento do golpe.

Hoje, o esquema evoluiu para um modelo automatizado. Os criminosos infectam o celular da vítima com um malware bancário disfarçado de atualização ou app legítimo. Ao instalar o aplicativo, a vítima concede permissões de acessibilidade, o que permite ao vírus assumir o controle do aparelho.

Com isso, durante a tentativa de um Pix legítimo, o malware bloqueia a tela do celular e, de forma totalmente automática, altera o destinatário da transferência. O desvio do dinheiro acontece sem intervenção humana e sem levantar suspeitas imediatas — o golpista nem precisa estar online na hora.

  • Evite instalar apps fora da loja oficial (Play Store/App Store): desconfie de links enviados por WhatsApp, SMS, e-mail ou redes sociais.
  • Desconfie de atualizações suspeitas: nenhuma atualização legítima do sistema é enviada por link — elas ocorrem automaticamente no próprio aparelho.
  • Não conceda permissões de acessibilidade sem necessidade: principalmente para apps que não sejam de acessibilidade ou confiança comprovada.
  • Use um antivírus confiável no celular: ele pode detectar e bloquear malwares bancários antes que causem danos.

Golpe do Pix reverso

O golpe do Pix reverso é uma variação do golpe do "Pix errado", mas ainda mais simples: o criminoso não faz nenhuma transferência de fato, apenas envia um comprovante falso de pagamento via Pix à vítima. A imagem ou print falsificado traz dados que sugerem ter sido feito um envio para a conta da pessoa, induzindo-a a acreditar que recebeu um valor real.

Ao receber o comprovante, a vítima normalmente estranha a mensagem e entra em contato para entender do que se trata. Nesse momento, o golpista se faz de honesto, alega ter se equivocado na chave ou no valor da transferência e pede que a vítima reembolse o montante — daí o nome "Pix reverso".

Como não houve transferência alguma, quem devolve o dinheiro acaba perdendo o valor integral. 

  • Nunca reembolse valores antes de confirmar o recebimento real: verifique diretamente no app do seu banco se o Pix entrou na conta — comprovantes podem ser falsos.
  • Desconfie de comprovantes enviados por desconhecidos
  • Especialmente se vierem com urgência ou pedidos para "devolver o valor".
  • Cheque os dados com atenção: os comprovantes falsos geralmente têm pequenos erros de horário, banco, nome ou formatação.

Golpe com QR Code falso

O golpe do QR Code falso explora a confiança dos usuários na praticidade dessa tecnologia para realizar transações rápidas. Muito comum em compras online e até mesmo em estabelecimentos físicos, o golpe acontece quando o criminoso altera o QR Code de pagamento original. 

Isso pode ocorrer de várias formas: inserindo códigos falsos em páginas fraudulentas na internet, modificando boletos ou até colando adesivos com QR Codes adulterados por cima dos verdadeiros em locais físicos. Quando a vítima escaneia o código, o pagamento é redirecionado para uma conta controlada pelo golpista, sem que ela perceba que está transferindo o dinheiro para uma chave diferente da esperada.

Como se proteger do golpe do QR Code falso:

  • Confira as informações de pagamento antes de concluir a transação: nome, valor e instituição devem bater com o que foi combinado.
  • Desconfie de sites pouco profissionais ou com URLs estranhas: pode ser uma página falsa com QR Code adulterado.
  • Evite escanear QR Codes colados em cima de outros: em locais físicos, isso pode indicar adulteração. Prefira digitar a chave Pix manualmente, se possível.

Conclusão

O Pix revolucionou a forma como lidamos com o dinheiro — mas, infelizmente, também se tornou um prato cheio para golpistas. Com transações instantâneas e irreversíveis, qualquer descuido pode resultar em prejuízo imediato.

Por isso, a melhor defesa contra os golpes é a informação. Saber identificar as principais táticas usadas pelos criminosos é o primeiro passo para se proteger. E, claro, é fundamental manter bons hábitos de segurança digital no dia a dia.

Se você foi vítima de um golpe envolvendo Pix, denuncie. Isso pode ajudar outras pessoas a não caírem na mesma armadilha.

Perguntas frequentes

Como saber se um comprovante de Pix é verdadeiro?

O ideal é sempre verificar diretamente no seu extrato bancário se o valor realmente entrou na conta. Comprovantes podem ser facilmente editados ou forjados por golpistas.

É possível reverter um Pix feito para um golpista?

Em alguns casos sim. O Banco Central lançou o MED (Mecanismo Especial de Devolução) e por meio desse sistema, vítimas de golpes e fraudes via Pix podem solicitar o bloqueio do valor na conta do criminoso e estorno direto para sua conta. Mas, para isso, é preciso reunir evidências e agir rápido, porque se o criminoso retirar o dinheiro da conta, a devolução não poderá acontecer.

Para solicitar o MED, entre em contato com o seu banco e apresente as evidências. Quanto antes você agir, melhor.

O que fazer após cair em um golpe do Pix?

  • 1. Avise seu banco imediatamente:
    Peça o bloqueio do valor via Mecanismo Especial de Devolução (MED).
  • 2. Reúna provas:
    Guarde prints, comprovantes e conversas com o golpista.
  • 3. Registre um boletim de ocorrência (BO):
    Pode ser online ou presencial, dependendo do estado.
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Escrito por:

Thais Souza
Analista de Comunicação e Conteúdo

Formada em Publicidade e Propaganda pela Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE), a Thaís escreve desde 2019 com foco na experiência e resolução das dúvidas de seus leitores.

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