Golpe do chargeback
Escrito por Felipe Almeida
AtualizadoFazer vendas por cartão de crédito e débito faz parte da rotina de qualquer empresa ou comerciante, mas você já imaginou vender o seu produto e semanas depois, o comprador alegar que não conhece a compra para receber o reembolso e deixar você no prejuízo?
É dessa forma que funciona o golpe do chargeback, e no artigo de hoje, você vai entender como ele funciona e o que fazer caso seja uma vítima.
O que é chargeback?
Antes de entender o golpe, é essencial saber o que é esse processo. O chargeback é o procedimento onde o cliente e titular do cartão pede o cancelamento de uma compra feita no cartão de crédito ou débito, diretamente para a operadora. De forma prática, significa que o valor pago será devolvido ao comprador, enquanto o vendedor fica no prejuízo.
Esse recurso foi feito como uma medida de proteção em situações de fraude financeiras e uso indevido do cartão, como por exemplo, alguém que teve o cartão clonado. O problema aparece quando o titular do cartão utiliza esse processo com más intenções, e é aí que o golpe começa.
Entenda o que é o golpe do chargeback
O golpe do chargeback é uma prática simples de engenharia social, mas que gera prejuízos para lojistas em lojas físicas e digitais. Ele ocorre quando o golpista realiza uma compra normalmente e recebe o produto ou serviço. Dias ou semanas depois, contesta a transação junto à operadora do cartão.
O comprador de má-fé alega não reconhecer a compra e solicita o reembolso. Muitas vezes, o estorno é aprovado, e o lojista fica no prejuízo: perde o produto, não recebe o pagamento e ainda pode pagar taxas administrativas. É por isso que o golpe do chargeback é tão comum no e-commerce.
O grande desafio é que esse golpe é difícil de combater. Não existem medidas 100% eficazes para evitá-lo, já que a contestação parte do próprio cliente e depende da análise da operadora de cartão.
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Como reduzir os riscos de chargeback?
Embora não existam medidas 100% eficazes contra o golpe do chargeback, é possível adotar práticas que reduzem bastante os riscos. A principal estratégia está em reunir provas de que a compra foi feita de forma intencional, aliada ao uso de sistemas antifraude capazes de identificar transações suspeitas antes que o prejuízo aconteça.
Ter registros detalhados é essencial nesses casos. Notas fiscais, comprovantes de envio, códigos de rastreamento e até registros de comunicação com o cliente servem como evidências de que o pedido foi legítimo. Em compras de alto valor, vale ainda exigir a assinatura de um termo confirmando a intenção de compra.
Outra forma de reduzir os riscos é estar atento a comportamentos fora do padrão. Compras com valores muito altos ou em quantidades incomuns devem ser revisadas manualmente. Além disso, sistemas de verificação que analisam o comportamento de compras ajudam a bloquear tentativas suspeitas, fortalecendo a defesa do lojista.
O que fazer se o cliente pedir chargeback de má fé?
Quando o chargeback já foi solicitado, você precisa adotar alguns cuidados para tentar reverter o estorno.
O ideal é acionar a operadora do cartão rapidamente e enviar as provas reunidas, como notas fiscais, comprovantes de pagamento, registros de envio e de entrega. Quanto mais clara for a comprovação, maiores as chances de sucesso na contestação.
Em situações de maior valor ou quando houver dúvidas sobre como proceder, pode ser útil buscar orientação jurídica. Além de auxiliar na disputa com a operadora, esse apoio ajuda a entender quais medidas são cabíveis para resguardar o negócio.
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Conclusão
O chargeback é um risco constante para quem vende com cartão, mas não precisa ser um prejuízo inevitável. Negócios que investem em processos de verificação, registro de provas e resposta rápida em disputas mostram maturidade e reduzem vulnerabilidades. Mais do que evitar perdas, essa postura fortalece a relação de confiança com clientes legítimos e transmite segurança ao mercado.
Perguntas frequentes
O que é o golpe do chargeback?
O que é o golpe do chargeback?
É quando o cliente realiza uma compra e, depois de receber o produto, pede o estorno alegando não reconhecer a transação.
O chargeback sempre é um golpe?
O chargeback sempre é um golpe?
Não. Ele foi criado para proteger consumidores em casos de fraude real, como cartão clonado ou uso indevido.
Como reduzir os riscos do golpe do chargeback?
Como reduzir os riscos do golpe do chargeback?
Mantendo registros detalhados, revisando pedidos suspeitos, usando sistemas antifraude e exigindo confirmação em compras de alto valor.
O que fazer se receber um chargeback de má fé?
O que fazer se receber um chargeback de má fé?
Acione a operadora rapidamente, apresente provas da compra e, em casos de maior valor, busque orientação jurídica.
O chargeback é mais comum no e-commerce?
O chargeback é mais comum no e-commerce?
Sim. Como as compras online não exigem contato direto, há mais espaço para disputas e tentativas de fraude.

