Golpe do salário-maternidade

Escrito por 

Atualizado 

A chegada de um filho é um momento desafiador e repleto de mudanças na vida de uma mãe. O salário-maternidade existe justamente para oferecer apoio financeiro nesse período em que o trabalho precisa dar lugar aos cuidados com o bebê. Mas, infelizmente, o que deveria ser um alívio tem se transformado em um verdadeiro pesadelo para muitas mulheres: o golpe do salário-maternidade.

Para te ajudar a se proteger dessa armadilha, neste artigo você vai entender como o golpe funciona na prática e aprender dicas essenciais para evitá-lo.

O que é o salário-maternidade e para quem é destinado?

O salário-maternidade é um benefício previdenciário pago pelo INSS às seguradas que se afastam do trabalho por motivo de parto, adoção, guarda judicial para fins de adoção ou aborto espontâneo. 

Ele tem o objetivo de garantir uma renda nesse período delicado, assegurando que a mãe (ou o responsável legal) possa cuidar do bebê ou da criança adotada sem prejuízo financeiro.

Todas as seguradas da Previdência Social têm direito ao salário-maternidade, incluindo empregadas com carteira assinada, trabalhadoras avulsas, empregadas domésticas, contribuintes individuais, facultativas e seguradas especiais (como agricultoras familiares).

O benefício é pago diretamente pelo INSS ou pelo empregador, dependendo do caso, e deve ser solicitado exclusivamente pelos canais oficiais: site ou aplicativo "Meu INSS", ou pelo telefone 135.

O que é o golpe do salário-maternidade?

Neste golpe, criminosos se aproveitam da expectativa das mães pelo benefício para aplicar golpes disfarçados de "ajuda" no processo de solicitação. Em muitos casos, o contato é feito por telefone, redes sociais ou mensagens de texto, com promessas de facilitar o recebimento do salário-maternidade, especialmente para mulheres desempregadas ou que não contribuíram recentemente com o INSS.

Esses golpistas se apresentam como "consultores", "especialistas" ou "facilitadores" e cobram taxas para realizar um suposto "desbloqueio", "cadastro" ou "antecipação" do benefício. O resultado é o roubo de dados pessoais, prejuízos financeiros e, em alguns casos, o uso indevido do CPF da vítima para fraudes em série.

Como o golpe funciona na prática?

  1. Abordagem inicial: a vítima é contatada por telefone, WhatsApp, SMS ou redes sociais com a oferta de ajuda para receber o salário-maternidade, mesmo sem contribuições recentes ao INSS.
  2. Criação de urgência: o golpista usa argumentos como "prazo para resgatar o benefício está acabando" ou "o sistema do INSS está liberando auxílios por tempo limitado".
  3. Pedido de dados pessoais: a vítima é induzida a fornecer documentos, fotos, número do CPF, dados bancários e até acesso ao app Meu INSS.
  4. Cobrança de taxa: o golpista pede uma quantia em dinheiro para "desbloquear" ou "antecipar" o benefício.
  5. Sumiço ou uso indevido dos dados: após o pagamento ou coleta dos dados, o golpista desaparece, deixando a vítima sem o dinheiro e vulnerável a novos golpes.

Sinais de alerta para identificar o golpe do salário-maternidade

  • Promessas de liberação do salário-maternidade sem contribuições ao INSS.
  • Solicitação de dinheiro para "antecipar" o benefício.
  • Abordagens por perfis suspeitos, números desconhecidos ou com erros de português.
  • Pressão para agir rápido, com medo de perder o suposto benefício.
  • Propostas de ajuda que não envolvem os canais oficiais do INSS.

Quais são as consequências desse golpe?

As consequências do golpe do salário-maternidade vão muito além do prejuízo financeiro imediato. Ao fornecer dados pessoais e documentos, a vítima corre o risco de ter sua identidade usada para uma série de fraudes, como compras online, contratação de empréstimos, abertura de contas bancárias e outras ações ilegais feitas em seu nome.

Em uma versão ainda mais grave do golpe, os criminosos conseguem acesso ao aplicativo Meu INSS da vítima — geralmente convencendo-a a informar login e senha ou instalar aplicativos espiões. 

Com esse acesso, eles solicitam o salário-maternidade em nome da beneficiária e desviam o valor para contas de terceiros, deixando a verdadeira titular sem o benefício e com grandes dificuldades para reverter a situação.

Como solicitar o salário-maternidade de forma segura

A solicitação do salário-maternidade deve ser feita exclusivamente pelos canais oficiais do INSS — ou seja, pelo site meu.inss.gov.br ou pelo aplicativo Meu INSS, disponível para Android e iOS. Qualquer oferta de ajuda por redes sociais, mensagens de WhatsApp, perfis suspeitos ou promessas de "facilitação" deve ser vista com desconfiança.

O processo é totalmente gratuito e não exige a contratação de intermediários. Veja o passo a passo correto.

  1. Acesse o site ou aplicativo Meu INSS (Android ou iOS)
  2. Faça login com sua conta gov.br
  3. Clique em "Novo Pedido"
  4. Digite "salário-maternidade urbano" ou "salário-maternidade rural" na busca
  5. Preencha as informações solicitadas e envie a documentação necessária.

Se surgir alguma dúvida durante o processo, a orientação é procurar ajuda diretamente com o INSS pelo telefone 135 ou consultar um advogado de confiança.

Fique de olho no andamento

Depois de enviar o pedido, acompanhe o status da solicitação pelo próprio aplicativo ou site do Meu INSS. Você também pode obter informações atualizadas entrando em contato com a Central de Atendimento, no número 135. Monitorar o processo é uma forma eficaz de garantir que nenhuma ação suspeita ocorra em seu nome.

4 Dicas para se proteger do golpe do salário-maternidade

  1. Solicite apenas pelos canais oficiais do INSS: o salário-maternidade é um direito garantido por lei e pode ser solicitado gratuitamente pelo site meu.inss.gov.br, pelo aplicativo Meu INSS ou pelo telefone 135. Nenhum outro canal é autorizado a intermediar esse processo.
  2. Desconfie de promessas milagrosas: se alguém disser que é possível liberar o benefício mais rápido, mesmo sem contribuições, ou se oferecer ajuda em troca de dinheiro, é golpe. O INSS segue regras claras, e ninguém pode "facilitar" o processo com atalhos.
  3. Nunca forneça seus dados pessoais a desconhecidos: CPF, RG, número do NIS, dados bancários e acesso ao app Meu INSS são informações sensíveis. Compartilhá-las com desconhecidos pode abrir portas para outros golpes.
  4. Fique atenta às regras do auxílio: quem nunca contribuiu para o INSS não têm direito ao auxílio-maternidade previdenciário. Para ter direito a esse benefício, é necessário comprovar a qualidade de segurado da Previdência Social e, dependendo da categoria do segurado, cumprir um período de carência. Se receber alguma oferta dizendo que libera o auxílio mesmo para quem nunca contribuiu, é golpe. 
Compartilhe
  • Compartilhar no Whatsapp
  • Compartilhar no Facebook
  • Compartilhar no Linkedin
  • Compartilhar no Twitter

Escrito por:

Thais Souza
Analista de Comunicação e Conteúdo

Formada em Publicidade e Propaganda pela Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE), a Thaís escreve desde 2019 com foco na experiência e resolução das dúvidas de seus leitores.

  • instagram