Golpe do ingresso falso

Ver seu artista favorito ao vivo ou ir naquele show tão esperado deveria ser um momento especial — mas pode acabar em frustração se você cair no golpe do ingresso falso. Infelizmente, esse tipo de fraude tem se tornado cada vez mais comum, principalmente em shows internacionais ou festivais com alta demanda.

A melhor forma de se proteger é entender como o golpe funciona. Continue a leitura para saber como ele acontece, como identificar os sinais de fraude, como evitar o prejuízo e o que fazer caso você seja vítima.

O que é o golpe do ingresso falso?

Neste golpe, criminosos vendem ingressos falsos ou inválidos para eventos, muitas vezes utilizando sites falsos, perfis falsos em redes sociais ou plataformas de revenda. 

Esse golpe é muito comum em shows internacionais, onde os ingressos oficiais esgotam rapidamente. Então, os golpistas aproveitam a pressa e a empolgação das vítimas para aplicar o golpe, e normalmente cobram valores similares ou muito abaixo do preço do ingresso oficial.

Segundo denúncias registradas em plataformas como o Reclame Aqui e o Procon, as fraudes com ingressos aumentaram nos últimos anos, principalmente após a popularização dos ingressos digitais.

Como o golpe acontece na prática?

1. Escolha de um evento popular: o golpista seleciona um show, festival ou jogo com ingressos esgotados ou quase esgotando.
2. Criação de um anúncio atrativo: ele publica em redes sociais, sites de classificados ou grupos de WhatsApp frases como: "2 ingressos para Coldplay – não vou mais, preço de custo. Entrego digital na hora!"
3. Interação com a vítima: responde rápido, parece simpático, cria senso de urgência ("muita gente já perguntou") e até envia documentos ou prints para passar confiança.
4. Envio do ingresso falso: envia imagem de um ingresso copiado ou falsificado, muitas vezes com QR Code clonado ou inválido.
5. Solicitação de pagamento antecipado: pede Pix urgente alegando que precisa "garantir logo a venda".
6. Descoberta no dia do evento: a vítima é barrada na entrada, e o ingresso é recusado com a mensagem: "Código inválido" ou "ingresso já usado".

Exemplos de golpe do ingresso falso

Existem várias formas de aplicar esse tipo de golpe. Veja os principais:

• Falsificação do ingresso físico: criminosos usam impressoras de alta qualidade para criar cópias idênticas de ingressos verdadeiros.
• Venda de ingressos digitais falsos: golpistas enviam e-tickets falsos por WhatsApp, e-mail ou redes sociais.
• Phishing com sites falsos: criam páginas quase idênticas às oficiais, com endereços parecidos, mas que só aceitam Pix.
• Ingressos revendidos de forma suspeita: pessoas vendem ingressos por marketplaces ou redes sociais, mas já repassaram os mesmos códigos para outras vítimas.
• Uso de bots e cambistas digitais: bots compram grandes quantidades de ingressos para revender mais caros — e muitas vezes isso alimenta os golpes.

Como identificar um golpe de ingresso falso?

Fique atento a esses sinais:

• Preço muito abaixo do valor oficial;
• Pressa ou insistência para fechar o negócio;
• Vendedor sem histórico ou com perfil recente;
• Solicitação de pagamento via Pix ou transferência direta;
• Ingressos enviados por imagem ou PDF, fora dos canais oficiais;
• Falta de comprovantes ou número do pedido oficial;
• Páginas de venda com URLs suspeitas (com erros de digitação ou sem "https://") podem indicar sites falsos;
• Ausência de canais de atendimento ou suporte.

Como me proteger do golpe do ingresso falso?

A seguir, veja boas práticas para se proteger na hora de comprar ingressos para qualquer tipo de evento — especialmente os mais concorridos.

Compre sempre de fontes oficiais

Compre ingressos diretamente nos sites oficiais do evento, da casa de shows ou nas plataformas autorizadas de venda. Desconfie de revendas, especialmente se forem feitas por pessoas desconhecidas. Prefira sites como Sympla, Ticketmaster, Eventim.

Pesquise o vendedor

Procure o nome dele no Google, veja se o perfil é antigo e se tem avaliações ou interações reais.

Desconfie de preços muito baixos

Ofertas com valores muito abaixo do normal são um dos principais sinais de golpe. Golpistas usam o apelo do "bom demais para ser verdade" para atrair vítimas desatentas.

Verifique o canal de venda

Antes de comprar, pesquise sobre o vendedor ou a plataforma. Veja avaliações, histórico e, se possível, peça referências. No caso de pessoas físicas, evite compras se não houver garantias de reembolso.

Atenção ao ingresso digital

Ingressos digitais devem ser enviados por plataformas oficiais ou com QR Codes válidos. Desconfie de ingressos em PDF ou imagens enviadas por e-mail ou WhatsApp.

Use formas de pagamento seguras

Evite pagamentos via Pix ou transferências diretas para pessoas desconhecidas. Prefira cartões de crédito em sites confiáveis, pois eles oferecem maior chance de contestação e estorno.

Peça comprovantes da compra

Exija o e-mail da compra, número do pedido, nome do titular. Mesmo assim, redobre a cautela.

Use proteção digital

• Ative autenticação em dois fatores;
• Use senhas fortes e únicas;
• Instale antivírus no seu dispositivo.

Caí no golpe, e agora?

Se você cair no golpe do ingresso falso, o primeiro passo é reunir as evidências e agir rápido para minimizar os danos.

Reúna todas as evidências do golpe 

Separe tudo que pode ser utilizado para comprovar que você caiu no golpe. Esse é um passo importante para a denúncia e também para futuras contestações. Isso inclui: 

• Prints de tela de toda a comunicação com o golpista; 
• Links de sites falsos; 
• Comprovantes de pagamento. 

Faça um boletim de ocorrência 

Registre um boletim de ocorrência detalhado com todas as provas que você juntou. Para facilitar, as delegacias virtuais permitem que você abra um B.O online. Confira os sites das delegacias de cada Estado:

Informe o seu banco

Entre em contato com seu banco e solicite o bloqueio das suas contas e cartões caso você tenha passado dados sensíveis para o golpista.

Tente recuperar o valor perdido 

Se você chegou a fazer algum pagamento para o golpista, saiba que, em alguns casos, pode ser possível recuperar o valor perdido.Mas para isso é preciso agir rápido. 

Entre em contato com seu banco, explique que você foi vítima de um golpe e solicite a devolução dos valores transferidos. Envie todas as evidências coletadas para que o banco avalie o caso.

Se o pagamento foi pelo Pix, após o registro da queixa, o banco inicia um processo chamado Mecanismo Especial de Devolução (MED). O processo funciona da seguinte maneira:

1. O banco da vítima registra imediatamente a notificação de infração e instaura o Mecanismo Especial de Devolução (MED) do Pix;
2. O banco do suposto golpista bloqueia os valores caso eles ainda estejam disponíveis na conta;
3. As duas instituições avaliam o caso em até 7 dias corridos e verificam se há indícios de fraude ou golpe; 
4. Comprovada a fraude, o banco do suposto golpista devolve os recursos para a vítima em até 96 horas, a contar do término da avaliação.

Caso o pagamento tenha sido via cartão de crédito ou transferência bancária, você também precisa acionar o seu banco e solicitar a devolução. O processo é bem parecido. 

Mas vale ressaltar que nenhuma devolução está garantida. Tudo vai depender da análise do seu banco e, em casos de Pix, do saldo disponível na conta do golpista. 

Denuncie o golpe

Denuncie o perfil ou anúncio na rede social ou plataforma onde o golpe aconteceu. Isso evita que outras pessoas sejam enganadas.

Conclusão 

Com a popularização dos ingressos digitais, os golpes também evoluíram. A melhor forma de se proteger é se informar e adotar práticas seguras na hora da compra. E se você já foi vítima, denuncie e busque seus direitos.

Perguntas frequentes