Golpe do falso leilão

O sonho de comprar um carro, caminhão ou equipamento por um preço abaixo do mercado pode se transformar em pesadelo. O golpe do falso leilão vem enganando pessoas em todo o país com sites que imitam leilões legítimos, oferecendo bens inexistentes e desaparecendo após o pagamento. Esse tipo de golpe tem crescido com o aumento das compras online e das promessas de "grandes oportunidades".

Neste artigo, você vai entender como o golpe do falso leilão acontece na prática, conhecer as principais medidas de proteção e o que fazer caso já tenha sido vítima.

Como o golpe do falso leilão funciona?

Tudo começa com um anúncio tentador: "leilão judicial", "veículos apreendidos", "máquinas agrícolas com desconto". Os criminosos criam sites muito parecidos com os de leiloeiras oficiais, usando logotipos, linguagem jurídica e até contadores regressivos para gerar urgência e induzir decisões rápidas.

Essas páginas falsas são divulgadas em redes sociais, e-mails ou até em anúncios pagos no Google, o que cria uma aparência confiável. Quando a vítima acessa o site, encontra ofertas de carros e bens com valores muito abaixo do mercado. Ela se cadastra, envia documentos e é orientada a fazer um pagamento, geralmente via PIX, boleto ou transferência bancária para garantir o "lote arrematado".

O problema surge logo depois: o bem nunca é entregue. O site sai do ar, o contato desaparece ou o suposto "leiloeiro" inventa desculpas para a entrega não ter sido feita. E por fim, quando a vítima tenta recuperar o dinheiro, descobre que o depósito foi feito em nome de uma pessoa física ou empresa inexistente.

Caso real: quadrilha movimentou R$ 2,3 milhões

Em 2025, uma operação da polícias civil revelou um grupo especializado nesse tipo de fraude. Eles criavam sites falsos de leilão e movimentaram mais de R$2,3 milhões em apenas cinco meses, enganando vítimas em vários estados. O grupo possuia inclusive um "escritório virtual", com atendimento simulado para parecer legítimo e conquistar a confiança das vítimas.

Como se proteger do golpe do falso leilão?

Veja o que fazer para se proteger e evitar prejuízos:

• Verifique o endereço do site antes de qualquer ação: sites falsos costumam usar domínios suspeitos, como ".com", ".net" ou ".org", e variações de nomes oficiais (com letras trocadas ou símbolos estranhos). Já leiloeiros legítimos utilizam domínios ".br" e estão registrados na Junta Comercial. Um domínio estranho é o primeiro sinal de alerta.
• Pesquise o nome e o histórico da empresa: procure o CNPJ, veja se há registros oficiais, comentários em fóruns e reclamações em plataformas como o Reclame Aqui. Golpistas usam nomes parecidos com empresas reais para confundir, e confirmar a autenticidade evita cair em páginas clonadas.
• Desconfie de valores muito abaixo do mercado: se o veículo ou equipamento estiver sendo ofertado por valores muito suspeitos, até para um leilão, desconfie. Leilões legítimos podem oferecer descontos, mas nunca negócios "imperdíveis". Esse apelo é o principal gatilho usado para enganar.
• Confirme o favorecido do pagamento antes de transferir: pagamentos de leilão devem ser feitos em nome da empresa leiloeira, nunca de pessoa física. Se a conta de destino for diferente do esperado, interrompa o pagamento. Isso é sinal claro de golpe.
• Veja se há estrutura física e responsável legal: confirme se o site indica um endereço comercial, leiloeiro oficial (com número de matrícula) e contrato de prestação de serviço. A ausência dessas informações é um forte sinal de golpe.
• Evite agir por impulso diante de ofertas "relâmpago": mensagens como "último lote" ou "disponível apenas por hoje" são estratégias para impedir que você pense com calma. Sempre valide o leilão diretamente com a empresa ou órgão público citado.

Caí no golpe do falso leilão, e agora?

Se você percebeu que foi vítima desse golpe, o mais importante é agir rapidamente, mas com calma e atenção. Veja o que fazer:

Reúna todas as provas do golpe

Antes de fazer qualquer coisa, reúna todos os registros relacionados ao golpe: anúncios do leilão, comprovantes de pagamento, prints e endereço completo do site, entre outras informações essenciais. Essas provas serão fundamentais para comprovar o golpe e servirão de base para o boletim de ocorrência.

Comunique o banco imediatamente

Entre em contato com o seu banco pelos canais oficiais e informe que foi vítima de um golpe digital, peça orientação e anote todos os protocolos do atendimento. Agir nas primeiras horas é decisivo: quanto mais rápido o aviso, maiores as chances de interromper o repasse do dinheiro aos criminosos.

Se você realizou algum pagamento via Pix para participar do falso leilão, você pode acionar o Mecanismo Especial de Devolução (MED) pelo botão de contestação do Pix, uma ferramenta criada pelo Banco Central para auxiliar vítimas de golpes a recuperarem os valores perdidos para os golpistas.

Registre um boletim de ocorrência detalhado

Com o banco já avisado, registre um B.O. presencialmente ou pela Delegacia Virtual do seu estado. Explique como o golpe ocorreu desde o primeiro contato até o momento onde percebeu o que realmente tinha acontecido e inclua todas as provas que tiver. Essa denúncia é essencial para que a polícia rastreie os responsáveis e impeça que mais pessoas sejam enganadas.

Monitore seus dados com o Davi

Após um golpe digital, é comum que criminosos revendam as informações pessoais das vitimas em vazamentos de dados na Dark Web. Por isso, é essencial monitorar se seus dados foram expostos. Com o Davi você pode monitorar se seus dados foram expostos e ainda receber orientações especializadas para proteger suas contas, senhas e documentos caso suas informações estejam em risco.

Compartilhe sua experiência de forma segura

Por fim, fale sobre o ocorrido com amigos e familiares e denuncie os anúncios, perfis e sites falsos que você encontrar e que ainda estejam ativos. Essa atitude reduz o alcance dos golpistas e contribui para que novas vítimas não sejam enganadas.

Perguntas frequentes