Golpe do curso online

A promessa é tentadora: cursos online com certificado, acesso rápido, vagas limitadas e até parcerias com empresas para facilitar a entrada no mercado de trabalho. Mas por trás de muitas dessas ofertas está um esquema malicioso: o golpe do curso online.

Criminosos usam a popularidade dos cursos a distância para atrair vítimas, roubar dados, aplicar golpes financeiros e até invadir contas. É um golpe cada vez mais comum e que já fez milhares de vítimas no Brasil.

O que é o golpe do curso online? 

O golpe do curso online começa com uma oferta "irresistível" de cursos que prometem resultados praticamente milagrosos. 

• "Domine a língua inglesa sem estudar gramática"
• "Emagreça 8kg em 4 semanas, sem dieta ou exercício."
• "Triplique seus rendimentos com esse método infalível de investimento". 

Esses são apenas alguns exemplos das promessas anunciadas pelos golpistas. Por meio de posts patrocinados nas redes sociais, criminosos passam por organizações como Senai, Sebrae, Google, USP ou até o Ministério da Educação.

Ao clicar no link, a vítima é direcionada a um site falso, que imita uma plataforma de cursos. Lá, é pedido um cadastro com dados pessoais — nome, CPF, e-mail, telefone e endereço. 

Em algumas versões do golpe, o curso é divulgado como gratuito. Nesse caso, o foco dos criminosos é coletar dados sensíveis para aplicar fraudes no futuro. Já em outras variações, o curso é pago — e o objetivo é o lucro imediato com taxas falsas ou cobranças indevidas. Em ambos os cenários, a vítima sai no prejuízo.

Como funciona o golpe do curso online na prática?

1. Divulgação nas redes sociais ou apps de mensagens: o golpista cria anúncios ou mensagens com links para cursos gratuitos ou altamente atrativos.
2. Redirecionamento para site falso: ao clicar, a vítima é levada a uma página que imita uma instituição confiável.
3. Solicitação de dados pessoais: o formulário de inscrição exige informações sensíveis, como CPF, data de nascimento e endereço.
4. Cobranças: a vítima pode ser levada a fazer pagamentos via boleto ou Pix para garantir o "certificado" ou acesso completo ao curso online.
5. Roubo de dados ou perda de dinheiro: as informações coletadas podem ser usadas em fraudes futuras, enquanto os pagamentos feitos vão direto para os golpistas, sem retorno algum.

Sinais de alerta para identificar esse tipo de golpe

• Promessas milagrosas: cursos que garantem resultados rápidos e fáceis, como aprender inglês sem estudar ou emagrecer sem esforço.
• Erro de português e design amador: embora muitos sites falsos estejam cada vez mais sofisticados, ainda é comum encontrar erros de ortografia ou elementos visuais mal ajustados.
• URLs suspeitas: o endereço do site pode conter erros, nomes estranhos ou domínios incomuns, como .online, .net, ou variações maliciosas.
• Solicitação imediata de pagamento: mesmo em cursos ditos "gratuitos", o site pode exigir taxas para emissão de certificados ou acesso completo.
• Pressão para agir rápido: uso de frases como "Últimas vagas!", "Somente hoje!" ou "Oferta por tempo limitado" para forçar decisões impulsivas.

Quais são as consequências para a vítima?

As consequências do golpe do curso gratuito podem ser graves. Quando a vítima fornece seus dados pessoais — como nome completo, CPF, e-mail, telefone e endereço — esses dados podem ser usados para aplicar outros golpes, como abertura de contas falsas, pedidos de empréstimos em seu nome ou clonagem de WhatsApp. 

Em casos mais sérios, quando são informados dados bancários, como número do cartão de crédito, código de segurança ou dados de acesso à conta, os criminosos podem esvaziar a conta da vítima, realizar compras indevidas ou até clonar o cartão para uso contínuo. Tudo isso sem que a vítima perceba imediatamente, o que aumenta ainda mais o prejuízo.

Dicas para se proteger do golpe do curso online

Com promessas sedutoras e linguagem persuasiva, o golpe do curso gratuito é pensado para enganar até os mais atentos. Por isso, proteger-se exige atenção aos detalhes, checagem das fontes e um olhar crítico diante de ofertas "boas demais para ser verdade". 

A seguir, veja dicas práticas para identificar e evitar esse tipo de golpe antes que ele cause prejuízos.

Confirme no site oficial da instituição

Nunca confie só no anúncio. Viu um curso do SENAI, SEBRAE, USP ou outra instituição? Acesse diretamente o site oficial (digitando no navegador, não clicando no link) e procure pela oferta. Se não estiver lá, pode ser golpe.

Fique atento ao endereço do site 

Links maliciosos tentam imitar os oficiais com pequenas mudanças na URL que podem passar totalmente despercebidas, como no exemplo: Sebrae-br.org no lugar de sebrae.com.br.

Por isso, antes de fornecer seus dados, é preciso saber se o site é seguro. Além de verificar a URL, pesquise a reputação da página no Reclame Aqui.

Use um cartão de crédito virtual para compras online 

Ao fazer compras pela internet, prefira pagar com um cartão de crédito virtual. Ele gera um número e código de segurança exclusivos para cada transação, diferentes dos do seu cartão físico.

Dessa forma, mesmo que você acabe fornecendo esses dados em um site falso, os golpistas não poderão reutilizá-los para outras compras, porque o número e código gerados valem só para aquela compra específica. É uma camada extra de proteção que reduz muito o risco de fraudes.