Golpe do cashback

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O cashback é um dos benefícios mais interessantes para os consumidores. Isso porque, ele devolve parte do dinheiro gasto em suas compras. Por ser tão benéfico, ele também é muito popular, o que acaba atraindo também a atenção de golpistas que usam o nome do recurso para aplicar o golpe do cashback.

Neste artigo, explicamos como funciona o golpe do cashback, quais os sinais de alerta, como se proteger e o que fazer se for vítima. Leia com atenção e compartilhe com quem você quer proteger.

O que é o golpe do cashback? 

É um tipo de golpe digital onde criminosos prometem a devolução de parte do valor gasto em compras — o famoso "cashback" — para enganar o usuário e obter dados pessoais, bancários ou pagamentos antecipados.

Eles se passam por plataformas legítimas, usam a identidade de marcas conhecidas e oferecem valores muito acima dos praticados no mercado para atrair vítimas.

Com a popularização dos programas de recompensa, esse golpe se tornou comum em redes sociais, grupos de promoções e até anúncios patrocinados.

Como o golpe do cashback funciona na prática?

Antes de aplicar o golpe, os criminosos constroem uma narrativa que parece legítima e sedutora. A seguir, mostramos como o golpe acontece na prática: 

  1. Oferta atraente de cashback: a vítima é atraída por anúncios que prometem até 90% do valor da compra de volta, ou bônus muito acima da média do mercado.
  2. Convite para cadastro na plataforma de cashback: geralmente, o link leva a um site ou app falsificado, com aparência profissional e até supostos "depoimentos".
  3. Solicitação de dados pessoais e bancários: ao se cadastrar, o usuário fornece nome completo, CPF, endereço e informações bancárias.
  4. Pedido de pagamento inicial ou cobrança para liberar o cashback: em alguns casos, há uma taxa alegadamente necessária para ativar a conta ou garantir o retorno do dinheiro.
  5. Promessa não cumprida e uso indevido dos dados da vítima: após o envio dos dados ou pagamento, o cashback nunca chega e a vítima ainda corre risco de ter seus dados utilizados em outros golpes.

Como identificar o golpe do cashback?

Existem sinais clássicos que ajudam a identificar esse golpe. Fique atento aos seguintes indícios:

  • Promessas de retorno financeiro muito acima da média do mercado;
  • Sites e aplicativos sem reputação conhecida ou com poucas avaliações;
  • Pressa para que o usuário se cadastre ou pague alguma taxa para receber;
  • Erros de português e design mal feito nos anúncios;
  • Falta de informações claras sobre a empresa responsável;
  • Links estranhos ou com domínios não oficiais (ex: .xyz, .top, etc).

Exemplos de golpe do cashback

No golpe do cashback, os golpistas usam diferentes táticas para abordar e enganar as vítimas. Confira alguns exemplos: 

  1. Site de "cashback especial da Shopee": neste golpe, os criminosos oferecem  bônus de R$ 200 para quem se cadastrar — na verdade, trata-se de uma página falsa.
  2. Mensagem de WhatsApp: criminosos prometendo bônus para quem se cadastrar em uma plataforma "parceira do Mercado Livre". Eles usam o nome de uma empresa conhecida para gerar credibilidade. 
  3. Grupo no Telegram: golpistas divulgam links falsos de cupons com "90% de volta".
  4. Golpe do "Cashback Procon": em fevereiro de 2025, o Procon alertou sobre um golpe em que criminosos usavam o nome do órgão para prometer devolução de dinheiro em compras. As vítimas recebiam mensagens falsas solicitando dados pessoais e bancários para suposto reembolso, mas tratava-se de uma fraude. O Procon reforçou que não realiza esse tipo de contato direto com consumidores.

Quais são as consequências para quem caiu no golpe?

As consequências do golpe do cashback vão muito além da frustração por não receber o valor prometido. Ao fornecer dados pessoais e bancários em sites ou aplicativos falsos, a vítima corre o risco de ter sua identidade usada em outros golpes, como abertura de contas, solicitação de empréstimos fraudulentos e até compras em seu nome. 

Além disso, é comum que a pessoa sofra cobranças indevidas no cartão de crédito, tenha o saldo da conta bancária reduzido por débitos automáticos não autorizados, ou até descubra que seus dados estão circulando em bases de dados na dark web

Em casos mais graves, isso pode levar à negativação do nome, redução do score de crédito e dificuldades para obter novos serviços financeiros. 

7 dicas para se proteger do golpe do cashback

A melhor defesa contra esse tipo de golpe é a informação. A seguir, reunimos boas práticas para você se proteger e evitar cair em armadilhas:

  1. Nunca clique em links de promoções enviadas por WhatsApp, SMS ou redes sociais: acesse sempre o site oficial da loja ou digite o nome diretamente no navegador. Não confie em links encurtados.
  2. Use somente apps de cashback bem avaliados na loja oficial (Play Store ou App Store): confira a reputação, leia os comentários e veja a quantidade de downloads do aplicativo antes de baixá-lo.
  3. Verifique se o site tem o cadeado de segurança: sites falsos geralmente não têm SSL, um certificado de segurança representado por um ícone de cadeado ao lado da URL, o que compromete a criptografia dos dados.
  4. Nunca informe dados bancários completos em sites desconhecidos: evite fornecer número da conta, agência, nome do banco e CPF, a não ser que você tenha certeza da legitimidade da plataforma.
  5. Desconfie de erros de ortografia e pressa para "não perder a oferta": golpistas forçam decisões rápidas para impedir que a vítima pesquise ou desconfie.
  6. Verifique se a plataforma de cashback tem CNPJ válido e política de privacidade no rodapé: sites legítimos têm informações claras sobre quem está por trás da operação. Use o site da Receita Federal para verificar o CNPJ.
  7. Nunca pague nada para liberar cashback: cashback legítimo é automático e gratuito. Qualquer cobrança antecipada é sinal de golpe.

Cai no golpe do cashback, e agora?

Se você foi víima do golpe do cashback, é importante agir rápido para minimizar os danos. Veja o passo a passo do que fazer: 

Reúne as evidências

Separe tudo que pode ser utilizado para comprovar que você caiu no golpe. Esse é um passo importante para a denúncia e também para futuras contestações. Isso inclui: 

  • Prints de tela de toda a comunicação com o golpista; 
  • Links de sites falsos; 
  • Comprovantes de pagamento. 

Faça um boletim de ocorrência 

Registre um boletim de ocorrência detalhado com todas as provas que você juntou. Para facilitar, as delegacias virtuais permitem que você abra um B.O online. Confira os sites das delegacias de cada Estado:

Estado Sigla Site
Acre AC https://delegaciavirtual.sinesp.gov.br/portal/
Alagoas AL https://delegaciavirtual.sinesp.gov.br/portal/
Amapá AP https://delegaciavirtual.sinesp.gov.br/portal/
Amazonas AM https://delegaciavirtual.sinesp.gov.br/portal/
Bahia BA https://delegaciavirtual.sinesp.gov.br/portal/
Ceará CE https://www.delegaciaeletronica.ce.gov.br/beo/del_vir_new.jsp
Espírito Santo ES https://delegaciaonline.sesp.es.gov.br/deon/xhtml/solicitarregistroocorrencia.jsf
Goiás GO https://www.go.gov.br/tela-orgao/servico/registrar-ocorrencia-na-delegacia-virtual
Maranhão MA https://delegaciaonline.policiacivil.ma.gov.br
Mato Grosso MT https://portal.sesp.mt.gov.br/delegacia-web/pages/home.seam
Mato Grosso do Sul MS https://www.pc.ms.gov.br
Minas Gerais MG https://delegaciavirtual.sids.mg.gov.br/sxgn/
Pará PA https://www.delegaciavirtual.pa.gov.br/#/
Paraíba PB https://www.delegaciaonline.pb.gov.br/pages/index.xhtml
Paraná PR https://www.policiacivil.pr.gov.br/BO
Pernambuco PE https://servicos.sds.pe.gov.br/delegacia/
Piauí PI https://delegaciavirtual.sinesp.gov.br/portal/
Rio de Janeiro RJ https://roonline.pcivil.rj.gov.br
Rio Grande do Norte RN https://delegaciavirtual.sinesp.gov.br/portal/
Rio Grande do Sul RS https://www.delegaciaonline.rs.gov.br/dol/#!/index/main
Rondônia RO https://delegaciavirtual.sinesp.gov.br/portal/
Roraima RR https://delegaciavirtual.sinesp.gov.br/portal/
Santa Catarina SC https://delegaciavirtual.sc.gov.br
São Paulo SP https://www.delegaciaeletronica.policiacivil.sp.gov.br/ssp-de-cidadao/pages/comunicar-ocorrencia
Sergipe SE https://delegaciavirtual.sinesp.gov.br/portal/
Tocantins TO https://delegaciavirtual.sinesp.gov.br/portal/
Distrito Federal DF https://www.pcdf.df.gov.br/servicos/delegacia-eletronica

Informe seu banco sobre a fraude

Ligue para o SAC, explique que foi vítima de golpe e peça análise da transação. Se o pagamento foi via cartão, solicite contestação.

Bloqueie seus cartões

Caso tenha informado dados bancários ou de cartão, bloqueie imediatamente. Isso evita transações futuras não autorizadas.

Monitore suas contas e extratos

Acompanhe movimentações suspeitas. Se possível, ative alertas de SMS ou push para cada transação.

Tente recuperar o valor 

Se você fez transferências para o golpista, saiba que, em alguns casos, pode ser possível recuperar o valor perdido.Mas para isso é preciso agir rápido. 

Entre em contato com seu banco, explique que você foi vítima de um golpe e solicite a devolução dos valores transferidos. Envie todas as evidências coletadas para que o banco avalie o caso.

Após o registro da queixa, o banco da vítima inicia um processo chamado Mecanismo Especial de Devolução (MED) no caso de transações via Pix. O processo funciona da seguinte maneira:

  1. O banco da vítima registra imediatamente a notificação de infração e instaura o Mecanismo Especial de Devolução (MED) do Pix;
  2. O banco do suposto golpista bloqueia os valores caso eles ainda estejam disponíveis na conta;
  3. As duas instituições avaliam o caso em até 7 dias corridos e verificam se há indícios de fraude ou golpe; 
  4. Comprovada a fraude, o banco do suposto golpista devolve os recursos para a vítima em até 96 horas, a contar do término da avaliação.

Caso o pagamento tenha sido feito no cartão de crédito, entre em contato com seu banco, apresente as provas de que foi vítima de um golpe e solicite o estorno da transação. 

Se a situação não for resolvida, você pode procurar o Procon de seu estado ou o Poder Judiciário e registrar uma reclamação no Banco Central.

Conclusão

Cashback é bom — quando é verdadeiro. Desconfie de promessas de dinheiro fácil, especialmente quando envolvem links desconhecidos, pedidos de pagamento ou urgência. Golpes virtuais estão cada vez mais sofisticados, mas a informação ainda é a melhor forma de se proteger.

Navegue com segurança. Conheça os planos de proteção digital do Davi e dê o primeiro passo para evitar golpes e fraudes. 

Perguntas frequentes

Preciso pagar alguma coisa para receber o cashback?

Não. Cashback legítimo nunca exige pagamento para liberar o valor. Se for exigido pagamento antecipado, é golpe.

Como funcionam os programas de cashback?

Você se cadastra, faz a compra pela plataforma, e recebe parte do valor de volta no saldo da conta. Depois, você pode transferir esse valor para sua conta bancária ou usar em compras futuras.

Programas de cashback são confiáveis?

Sim, se forem legítimos. Méliuz, Ame Digital, Inter Shop e Cuponeria são exemplos seguros. Sempre baixe apps pela loja oficial e verifique a reputação.

Posso recuperar o dinheiro se cair no golpe?

Se foi via cartão de crédito, entre em contato com a operadora para tentar o estorno. Via Pix, as chances são menores, mas é possível registrar boletim de ocorrência e solicitar análise do banco via Mecanismo Especial de Devolução (MED).

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Escrito por:

Thais Souza
Analista de Comunicação e Conteúdo

Formada em Publicidade e Propaganda pela Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE), a Thaís escreve desde 2019 com foco na experiência e resolução das dúvidas de seus leitores.

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