Golpe da Polícia Federal

Receber uma ligação da Polícia Federal é algo que ninguém espera, e até mesmo desperta curiosidade e uma sensação de obrigação em responder o contato. É justamente essa reação que cibercriminosos têm explorado para enganar vítimas em um novo golpe digital ao se passarem por agentes da polícia federal.

No artigo de hoje, você vai entender como esse golpe funciona, como pode identificar e se proteger dele, além do que fazer caso seja uma vítima.

O que é e como acontece o golpe da polícia federal?

O golpe da polícia federal é uma tática que criminosos têm utilizado para roubar dinheiro de vítimas por todo o Brasil.

Esse golpe começa com uma ligação em que os golpistas, usando informações pessoais da vítima que foram obtidas ilegalmente, muitas vezes em vazamentos de dados, se apresentam como agentes da Polícia Federal.

Na conversa, os criminosos inventam uma falsa investigação, alegando que a vítima está envolvida em crimes financeiros, como lavagem de dinheiro. A acusação é feita para gerar medo e pressão na vítima, levando ela a seguir as instruções dadas pelos fraudadores.

Durante todo o golpe, além de solicitarem documentos e dados pessoais, os golpistas exigem que a vítima realize transferências bancárias para supostas contas do Banco Central, com a desculpa de que essas contas são para "investigar e verificar a origem do dinheiro".

No início, os valores são devolvidos para gerar confiança. Mas com o tempo, os criminosos pedem quantias maiores, e é nesse momento que o golpe se concretiza. A vítima não recebe o dinheiro de volta e, além da perda financeira, ainda tem seus dados expostos, o que abre brecha para novas fraudes.

Caso real: vítima enviou R$1.5 milhão para golpistas

Um dos episódios mais graves desse golpe envolve uma mulher que transferiu cerca de R$1.5 milhão para os criminosos que se passavam por policiais federais.

O valor correspondia às economias que guardou durante a vida para a sua aposentadoria. No entanto, convencida pelos golpistas, ela realizou várias transferências acreditando que o dinheiro estava protegido e infelizmente, o valor nunca foi devolvido, e o caso se tornou um exemplo do impacto que esse golpe pode causar.

Como identificar o golpe da polícia federal?

Para identificar o golpe da Polícia Federal, você deve ficar atento à alguns detalhes muito importantes:

Contato por telefone suspeito

De acordo com o depoimento da Polícia Federal ao G1, a PF faz intimações por telefone, no entanto, deixam muito claro que as pessoas podem ligar para os números oficiais da PF ou comparecem pessoalmente em uma delegacia para verificar se o contato é real.

Palavras técnicas e urgência

Nesse tipo de golpe, os criminosos costumam usar termos técnicos e linguagem formal para dar confiança à abordagem, como se realmente estivessem em uma investigação oficial. Além disso, criam um tom de urgência utilizando frases como "se não seguir as instruções poderá ser presa" ou "se não transferir o valor, suas contas serão congeladas".

Pedidos de transferências ou documentos

A Polícia Federal não pede transferências bancárias ou solicitam documentos, as intimações oficiais são apenas um aviso para que a pessoa compareça à uma delegacia da PF. Caso o contato solicite algo do tipo, pode ter certeza que é golpe.

Pedido de sigilo

Um sinal muito marcante desse golpe, é o fato de, em alguns casos reais, os golpistas terem pedido sigilo total à respeito da conversa por telefone. Dessa forma eles induzem a vítima a acreditar que a investigação é real e que não deve ter seus detalhes comentados com outras pessoas, o que na verdade é apenas uma tática para que a vítima não descubra o golpe.

Como me proteger do golpe da polícia federal?

Para se proteger do golpe da falsa Polícia Federal, é essencial adotar duas medidas simples, mas eficazes. O primeiro cuidado é nunca fornecer dados pessoais, documentos ou informações financeiras durante esse tipo de abordagem. Autoridades legítimas não pedem esse tipo de dado por telefone ou aplicativos de mensagem.

E por fim, se a conversa levantar qualquer suspeita, interrompa o contato imediatamente. Mesmo que o contato pareça convincente, lembre-se de que policiais federais não fazem cobranças nem conduzem investigações dessa maneira.

Sou vítima do golpe da Polícia Federal, o que devo fazer?

Se você foi vítima do golpe da Polícia Federal, mantenha a calma. Veja os passos recomendados para diminuir os prejuízos:

Conteste o PIX no app do seu banco

Se você fez transferências via Pix para os golpistas, use o Mecanismo Especial de Devolução do Pix (MED) para tentar bloquear o valor enviado para os criminosos. Para fazer isso, você pode utilizar o botão "Contestar PIX", disponível no app do seu banco ao lado do histórico de transações.

Essa medida pode bloquear o valor na conta de destino e, se ainda estiver disponível, permitir a devolução. Quanto mais rápido você agir, maiores são as chances de recuperar o dinheiro.

Reúna as provas do golpe

Guarde todas as mensagens, prints de conversas, comprovantes de transferências e números de telefone utilizados no golpe. Essas informações serão essenciais para registrar a ocorrência e iniciar uma investigação formal.

Registre um boletim de ocorrência

Depois de reunir todas as provas, você deve registrar um B.O online ou presencialmente na delegacia mais próxima. Essa denúncia é essencial para garantir que uma investigação formal seja iniciada, o que poderá ajudar a recuperar os valores perdidos.

Para facilitar o processo, você pode buscar a Delegacia Virtual do seu estado logo abaixo:

Alerta familiares e conhecidos

Em muitos casos, parentes e amigos próximos também podem ser alvos desse golpe. Conte à essas pessoas próximas sobre o ocorrido para que fiquem alertas para contatos semelhantes..

Monitore seus dados

Golpes desse tipo muitas vezes envolvem o uso de informações pessoais. Para saber se seus dados já circulam em vazamentos de dados anteriores ou estão expostos na dark web, utilize ferramentas de monitoramento.

Com o Davi, você pode fazer essa verificação de forma totalmente gratuita e ainda receber orientações caso suas informações estejam em risco.

Perguntas frequentes