Golpe da falsa prova de vida do INSS: veja como funciona e o que fazer

A prova de vida é uma etapa importante para garantir a continuidade dos benefícios pagos pelo INSS. Mas esse procedimento vem sendo explorado por criminosos que se aproveitam da credibilidade do processo e da falta de informação de parte dos beneficiários.

O chamado golpe da falsa prova de vida do INSS tem feito vítimas em todo o país. Disfarçados de funcionários públicos, os golpistas entram em contato com beneficiários para roubar dados, documentos e até valores em conta. A seguir, você vai entender como o golpe funciona, como se proteger e o que fazer se tiver sido enganado.

Como o golpe da falsa prova de vida do INSS funciona

O golpe geralmente começa com uma ligação, mensagem de WhatsApp, SMS ou até uma visita presencial. O criminoso se apresenta como um representante do INSS ou banco parceiro e diz que a vítima precisa fazer a "prova de vida digital" para não ter o benefício bloqueado.

Para parecer um contato real, o golpista usa informações pessoais da vítima que muitas vezes foram obtidas em vazamentos de dados anteriores. Com esses dados reais, o contato parece verdadeiro e aumenta a chance da vítima confiar nas orientações. Depois de conquistar a confiança, o criminoso pode usar diferentes táticas: 

• Solicitação de documentos e selfie: os criminosos pedem que a vítima envie fotos do RG, CPF e uma selfie "para comprovar identidade". Com esses dados, conseguem abrir contas falsas, contratar empréstimos e até pedir crédito consignado em nome da vítima.
• Instalação de aplicativos de acesso remoto: oferecendo "ajuda técnica", os golpistas pedem que a vítima instale aplicativos de acesso remoto ao aparelho. Dessa forma podem assumir o controle do dispositivo e ficam livres para acessar os dados e apps bancários da vítima.
• Visitas domiciliares falsas: em alguns casos, golpistas usam roupas e crachás falsos do INSS e visitam pessoalmente a casa da vítima. Nessa visita, coletam assinaturas, tiram fotos e anotam informações, fingindo ser agentes do INSS, mas na verdade estão roubando dados para cometerem fraudes.

Exemplo real: o caso de Rio Preto

Um episódio recente em São José do Rio Preto (SP) mostrou como o golpe pode causar prejuízos altos. Um taxista perdeu quase R$100 mil após seguir instruções de supostos agentes do INSS.

Ele acreditou que precisava fazer a prova de vida online e, sem perceber, entregou acesso à sua conta bancária, permitindo que os criminosos realizassem transações bancárias sem o seu conhecimento.

Depois desse caso, o INSS reforçou que não liga, envia mensagens ou faz visitas para pedir a prova de vida, o processo é automático e não exige nenhuma ação do segurado.

Como se proteger do golpe da falsa prova de vida do INSS

Durante o contato com os golpistas, a reação da vítima é o que determina se o golpe vai se concretizar. Veja o que fazer para evitar que o golpe seja concluído:

• Não confirme dados pessoais por telefone: o INSS não solicita informações como CPF, número do benefício ou dados bancários por ligação. Se alguém pedir esses dados, encerre a conversa imediatamente.
• Desconfie de mensagens com tom de urgência: os golpistas usam o medo de perder o benefício como forma de pressão. Nenhum servidor público age assim; comunicações do INSS são sempre oficiais e enviadas com antecedência.
• Não envie fotos nem faça selfies de confirmação: esse é um pedido clássico de criminosos. Com apenas uma imagem de documento e uma selfie, eles podem aplicar novos golpes e fraudes financeiras.
• Jamais instale aplicativos de acesso remoto: programas como AnyDesk e TeamViewer permitem que outra pessoa veja e controle o celular. Nenhum procedimento do INSS ou de qualquer empresa legítima exige esse tipo de aplicativo.
• Desconfie de visitas inesperadas: o INSS não envia agentes a residências. Se alguém aparecer com crachá ou uniforme, não entregue documentos, não assine papéis e, se sentir ameaçado, acione a polícia.
• Confirme diretamente pelos canais oficiais: em caso de dúvida, entre no Meu INSS ou ligue para o 135 para buscar ajuda. Somente esses canais podem informar a situação real do seu benefício.

Cai no golpe, e agora?

Se você foi vítima, agir rápido é fundamental para reduzir prejuízos e evitar novas fraudes e golpes. Veja o que fazer agora:

Contate seu banco imediatamente

Se você notar que os golpistas invadiram suas contas bancárias, avise o seu banco imediatamente e peça o bloqueio das suas transferências e explique o que aconteceu.

Se notar transferências feitas via Pix, use o botão de contestação do Pix para solicitar o MED, recurso criado para auxiliar na recuperação de valores perdidos em golpes e fraudes.

Registre um boletim de ocorrência

Registre um B.O. na Delegacia Virtual do seu estado, explique tudo o que aconteceu e forneça o máximo de provas possíveis, como números de telefone, mensagens, prints e valores movimentados. Esses registros são essenciais para formalizar o golpe e ajudar na investigação.

Notifique o INSS

Comunique a instituição para registrar que seus dados foram usados de forma maliciosa. Isso evita bloqueios indevidos e cria um registro que pode ser útil em novas tentativas de fraude.

Monitore seus dados com o Davi

Golpes que envolvem documentos, fotos e informações pessoais, há o risco de que os criminosos compartilhem ou até mesmo vendam as informações em vazamentos de dados na Dark Web.

Com o Davi, você pode monitorar a integridade dos seus dados e ainda recebe orientações práticas sobre o que fazer caso tenha sido exposto. Assim, é possível agir rapidamente e evitar novos golpes.

Leia também: golpe do site fals do gov.br

Perguntas frequentes