Como recuperar Pix de golpe? Veja como pedir reembolso
Escrito por Felipe Almeida
AtualizadoO Pix revolucionou as transações financeiras no Brasil e hoje é utilizado por mais de 70% da população para transferências instantâneas. Mas, junto com a popularização, também aumentaram os golpes ligados ao sistema.
Neste conteúdo, você vai descobrir o que fazer se você cair no golpe do Pix, como recuperar o valor perdido e quais cuidados tomar para não cair nesse tipo de golpe.
Conheça os golpes do Pix mais comuns
Existem vários tipos de golpes envolvendo o sistema de pagamentos do Banco Central (Pix), mas os dois principais são:
- Golpe do Pix errado: acontece quando um criminoso alega ter feito uma transferência Pix equivocada para a conta da vítima e solicita que ela devolva o valor. Ele solicita a devolução para outra conta. Ao mesmo tempo, o golpista aciona o Mecanismo Especial de Devolução do Pix, alegando que a vítima não devolveu o dinheiro;
- Golpe do Pix agendado: aqui, o criminoso age como se estivesse realizando um pagamento via Pix para a vítima, mas na verdade agendou a transferência para uma data futura, permitindo cancelar a operação após receber o produto ou serviço.
- Golpe do cadastro do Pix: a vítima recebe mensagens em nome de bancos ou instituições financeiras, solicitando o cadastro de uma chave Pix. Ao realizar o cadastro, acaba informando dados pessoais e bancários em páginas falsas, o que permite que os criminosos roubem sua identidade e apliquem outros golpes.
- Golpe do robô do Pix: os golpistas criam perfis falsos em redes sociais prometendo um retorno financeiro multiplicado, caso a vítima faça um pagamento Pix. Na realidade, o dinheiro enviado cai diretamente na conta dos criminosos e a vítima ainda pode ter seus dados roubados caso entrem em sites maliciosos que os criminosos enviam.
- Golpe do comprovante de Pix falso: após comprar um produto, o golpista mostra um comprovante falso de pagamento, leva a mercadoria embora e depois bloqueia os meios de contato com o vendedor. Assim, enganam vendedores e prestadores de serviço, que liberam o produto sem verificar o pagamento.
Leia também: como denunciar golpes pela internet
Caí no golpe do Pix, posso cancelar o pagamento?
Se você caiu em um golpe envolvendo o Pix, saiba que não é possível cancelar uma transferência feita pelo sistema, já que o valor enviado cai na hora. Entretanto, o Banco Central criou o Mecanismo Especial de Devolução (MED), que permite o reembolso do valor em caso de Pix enviado para a conta errada ou golpe.
É possível recuperar pix de golpe?
Recuperar um Pix feito em um golpe é possível em determinadas situações, mas não há garantias de que o valor será devolvido. O Banco Central criou um mecanismo específico para esses casos, chamado Mecanismo Especial de Devolução (MED), que permite bloquear e reverter transações suspeitas de fraude.
No entanto, a efetividade desse recurso depende de fatores como a rapidez com que a vítima aciona o banco e a disponibilidade do dinheiro na conta do golpista. Se o valor já tiver sido transferido para outras contas ou sacado, as chances de recuperação se tornam bastante reduzidas.
Como recuperar Pix de golpe? Veja como solicitar o reembolso
Caso você tenha sido vítima de um golpe via Pix, ainda existe uma chance de recuperar o valor perdido. Para isso, é necessário acionar o Mecanismo Especial de Devolução (MED), um recurso criado pelo Banco Central justamente para lidar com situações de fraude.
Essa ferramenta funciona como um canal de emergência entre o banco da vítima e o banco do golpista, que permite bloquear e devolver valores em determinadas circunstâncias. Veja como funciona:
- Solicitação imediata: o processo de devolução possui prazos específicos para que o pedido seja aceito, por conta disso a vítima deve entrar em contato com o banco o quanto antes para solicitar a abertura do MED.
- Apresentação de evidências: é preciso fornecer provas de que a transferência ocorreu dentro de um golpe, como prints de mensagens, e-mails, boletins de ocorrência ou comprovantes da transação.
- Registro da notificação: após receber a solicitação e as evidências, o banco da vítima registra a denúncia no sistema do Banco Central e inicia formalmente o processo do MED.
- Bloqueio dos valores: com o processo aberto, o banco que recebeu o Pix (do golpista) é notificado e pode bloquear o dinheiro, desde que ele ainda esteja disponível na conta.
- Análise conjunta: ambas as instituições financeiras avaliam o caso em até 7 dias corridos, verificando se existem indícios suficientes de fraude. Se confirmado, o valor é devolvido à conta da vítima.
O que acontece depois de fazer a solicitação?
Depois que a solicitação é feita, os bancos têm até 7 dias corridos para analisar as provas enviadas. A devolução só acontece se forem confirmados indícios consistentes de fraude. Em outras palavras, um Pix não pode ser cancelado de maneira imediata após a conclusão, mas, quando o golpe é comprovado, existe a chance de recuperar o valor por meio do MED.
Se o Banco Central ou a instituição financeira não derem retorno dentro desse prazo, a vítima deve procurar o Procon ou registrar uma reclamação no próprio sistema do Banco Central. Esse passo é importante para dar continuidade ao pedido e garantir que o caso seja analisado.
Meu banco não oferece suporte para o MED, e agora?
Se o banco não colaborar, você pode registrar uma reclamação no Banco Central, que exige uma resposta formal. Para fortalecer sua reclamação, informe o número de protocolo e anexe o Boletim de Ocorrência.
Caso não tenha sucesso, recorra ao Procon para mais orientação. Em último caso, é possível abrir um processo no Juizado Especial Cível. Em situações de golpe, insistir é fundamental para que o banco reconheça o problema e ajude o consumidor.
Outras situações de problemas com o Pix
Em situações em que a transferência não funcionou da forma correta por falhas no sistema do próprio banco, o caminho para recuperar o valor é diferente. Nestes casos, você deve:
Como proceder se for apenas falha operacional no Pix?
-
- Verifique a transferência: confirme no seu extrato bancário ou no comprovante se o Pix está pendente, com erro ou se realmente foi feito. Caso note alguma falha, siga para os próximos passos.
- Entre em contato com o banco: depois de perceber que houve falha na transação, você precisa entrar em contato com o banco o mais rápido possível e informar o ocorrido. Use os canais oficiais (app, telefone ou suporte técnico), envie o comprovante da transferência, horário e dados do destinatário.
- Acompanhe a análise e processo de devolução: depois da solicitação de devolução ser feita, o banco irá analisar a situação para garantir que realmente houve erro. Caso comprovada a falha, o banco terá um tempo limite para estornar o valor.
- Se não resolver, registre uma reclamação no Banco Central: se o banco não solucionar o problema, você pode registrar uma queixa no site do Banco Central ou no portal consumidor.gov.br.
Fiz um Pix errado, como proceder agora?
- Tente contato direto com quem recebeu o valor: muitas vezes a chave pix pode conter informações telefone ou e-mail do destinatário. Entre em contato com a pessoa por meio dessas informações e explique o erro com clareza e peça que a devolução seja feita.
- Procure seu banco imediatamente: se o contato direto não funcionar, acione o atendimento do seu banco. Informe o erro, envie os dados da transação e peça apoio. O banco pode intermediar o contato com a outra instituição e tentar resolver.
- Registre um boletim de ocorrência: caso não consiga reaver o valor, registre um B.O. online ou presencial. Esse documento é essencial para acionar a Justiça e tentar recuperar o dinheiro por vias legais.
- Considere buscar ajuda jurídica: se necessário, procure um advogado. Receber um Pix por engano e não devolver é crime. Se a pessoa se recusar a estornar o valor, isso pode ser usado como prova no boletim de ocorrência e em uma possível ação judicial.
Como se proteger do golpe do Pix?
Mesmo com tantos golpes envolvendo o Pix, é possível se proteger. Com atitudes simples e atenção aos detalhes, você pode usar esse recurso com muito mais segurança. Veja quais medidas tomar:
Verifique se o site tem o "https" e o cadeado de segurança
Quando acessar um site para fazer um pagamento, olhe se o endereço começa com "https". Esse "s" é sinal de segurança e criptografia dos dados. Além disso, verifique se aparece um cadeado ao lado do endereço, geralmente à esquerda; isso indica que o site segue protocolos de segurança e é confiável para transações.
Leia também: como saber se um site é seguro?
Baixe aplicativos somente das lojas oficiais (Google Play ou App Store)
Instalar apps apenas das lojas oficiais é essencial para evitar golpes, pois essas plataformas têm políticas rigorosas para bloquear conteúdos maliciosos. Aplicativos de fontes desconhecidas podem ter vírus que acessam suas informações sem que você perceba. Ao baixar nas lojas oficiais, você reduz bastante esse risco.
Atenção a nomes de sites parecidos com o original
Golpistas frequentemente criam sites quase iguais aos das empresas confiáveis, mas com pequenas diferenças no nome (como letras trocadas ou números no lugar de letras) para enganar. Por exemplo, um site falso pode ser "banco-exemplo.com.br" em vez de "bancoexemplo.com.br". Então, fique atento aos detalhes do link antes de fazer qualquer pagamento.
Desconfie de pedidos urgentes
Golpistas costumam criar situações de emergência, como problemas de saúde ou dívidas, para induzir você a fazer transferências rapidamente. Antes de agir, confirme diretamente com a pessoa ou instituição que está solicitando o dinheiro.
Atente-se à segurança das redes sociais
Perfis falsos de amigos, familiares ou empresas podem ser usados para pedir dinheiro. Certifique-se de que está falando com certeza com a pessoa certa. Evite divulgar informações pessoais publicamente.
Utilize as ferramentas do seu banco
A maioria dos aplicativos bancários tem mecanismos de segurança, como a verificação em duas etapas e limites para transferências via Pix. Ative essas funções. Fique atento às notificações de movimentação.
Jamais compartilhe dados confidenciais
Os golpistas podem pedir informações como CPF, senha ou código de autenticação do banco. Esses dados são pessoais e não devem ser compartilhados, mesmo em situações que parecem legítimas.
Essas práticas são fáceis de aplicar e ajudam a proteger seus dados e seu dinheiro ao fazer pagamentos online. Adotar esses cuidados no dia a dia é essencial para evitar fraudes e garantir uma experiência mais segura nas suas transações digitais.
Como manter sua conta bancária segura?
Manter a conta bancária segura é essencial para evitar dores de cabeça com golpes e fraudes. Veja alguns cuidados simples que podem te ajudar:
- Ative notificações por SMS ou push: com as notificações, você fica sabendo na hora se houver alguma movimentação estranha na sua conta. Isso permite agir rápido e evitar prejuízos.
- Evite compartilhar dados bancários em redes sociais: informações como número de conta ou CPF podem ser usadas para criar golpes personalizados. Prefira sempre comunicar esses dados com segurança e apenas para pessoas de confiança.
- Use senhas fortes e únicas: crie senhas fortes que misturem letras, números e símbolos. Além disso, use senhas únicas para cada conta ou serviço.
- Ative a autenticação em dois fatores (2FA): A autenticação em dois fatores adiciona outra camada de segurança, exigindo um código extra para acessar sua conta, mesmo se a senha for descoberta.
- Revise transações e extratos regularmente: conferir o extrato com frequência ajuda a identificar qualquer transação suspeita, mesmo de valores baixos, e contestar rapidamente qualquer cobrança indevida.
- Atualize suas configurações de segurança no app do banco: muitos bancos oferecem opções extras, como biometria ou limites de transferência diários. Vale a pena verificar essas opções para melhorar sua segurança.
- Monitore possíveis vazamentos de dados: informações expostas podem ser usadas por criminosos para se passar por você ou invadir suas contas. Por isso, é importante verificar com frequência se seu e-mail, senhas ou outros dados pessoais estão circulando na Dark Web.
O Davi oferece uma ferramenta gratuita que mostra se seus dados foram expostos em vazamentos na Dark Web e orienta o que fazer em seguida. Para verificar, basta inserir seu e-mail. Em segundos, você descobre se suas informações estão em risco e recebe dicas práticas para se proteger.
Descubra se seus dados vazaram na Dark Web
Conclusão
Reconhecer que existem caminhos para tentar recuperar um Pix feito por engano mas que o sucesso nem sempre é garantido, é essencial. O Mecanismo Especial de Devolução (MED), criado pelo Banco Central, é uma das principais alternativas nesses casos. No entanto, a devolução depende da análise dos bancos envolvidos, e cada situação pode ter um desfecho diferente.
Perguntas frequentes
É possível tentar recuperar um Pix feito em golpe ou fraude por meio do Mecanismo Especial de Devolução (MED), criado pelo Banco Central. O processo deve ser solicitado diretamente ao banco, que avaliará o caso junto à instituição que recebeu o valor. No entanto, não há garantia de devolução. Depois de concluído, um Pix não pode ser simplesmente resgatado ou cancelado. A única exceção são os casos de fraude ou erro operacional, em que é possível abrir uma solicitação de devolução junto ao banco. Os bancos são responsáveis por analisar os pedidos de devolução e aplicar o MED quando há indícios de fraude. Porém, eles não garantem a devolução automática, já que o processo depende da disponibilidade do valor na conta do recebedor e da confirmação de que houve golpe. Não. O Pix é uma transação instantânea e irreversível. O que pode ser feito é solicitar ao banco a devolução em situações específicas de fraude ou erro, mas não existe a opção de "cancelar" a operação depois de concluída.
Como pegar de volta um Pix?
Tem como resgatar um Pix já feito?
Qual a responsabilidade do banco em caso de estelionato Pix?
É possível cancelar um Pix depois de feito?
