Ataque hacker à FictorPay expõe vulnerabilidades na cadeia de fornecedores das fintechs
Escrito por Felipe Almeida
AtualizadoO ataque hacker à FictorPay, fintech brasileira de pagamentos digitais, tornou-se um dos incidentes cibernéticos mais relevantes de 2025. Em poucas horas, criminosos desviaram cerca de R$26 milhões por meio de transações fraudulentas via Pix, expondo vulnerabilidades que vão além dos limites da empresa e alcançam toda a estrutura do seu sistema financeiro.
No conteúdo de hoje, você vai entender como o ataque hacker à FictorPay aconteceu, o que ele mostra sobre a segurança digital em ambientes corporativos e o que é possível fazer para evitar situações parecidas com a sua empresa.
Como o ataque à FictorPay aconteceu?
De acordo com a própria empresa, o ataque não começou em seus sistemas internos, mas sim em uma empresa terceirizada, a Dilleta Software, que é responsável por desenvolver e sustentar os principais sistemas utilizados pela fintech.
Os criminosos invadiram a rede da fornecedora e conseguiram acesso a credenciais de integração utilizadas para autenticar comunicações entre sistemas. Com essas autorizações, realizaram 280 transferências via Pix para 270 contas laranjas, abertas em diferentes instituições financeiras.
A ação foi rápida e coordenada: em poucas horas, cerca de R$26 milhões foram desviados, antes que os sistemas de prevenção a fraudes conseguissem bloquear as transações.
Em comunicado oficial, a FictorPay afirmou que nenhuma conta de cliente foi invadida diretamente, mas reconheceu o impacto financeiro e o risco operacional causado pela falha na cadeia de fornecedores. O Banco Central acompanha o caso e analisa novas medidas de segurança voltadas a instituições que operam com parceiros terceirizados em ambientes digitais.
O que o caso revela sobre segurança corporativa?
O incidente da FictorPay mostrou com clareza que a segurança digital não termina nos limites da própria empresa. Quando uma organização depende de fornecedores terceirizados para operar sistemas, processar dados ou integrar soluções, a vulnerabilidade de um parceiro se torna também a sua. A proteção precisa ser compartilhada por toda a cadeia tecnológica, com auditorias, monitoramento contínuo e critérios rigorosos de segurança contratual.
O caso também revelou outro ponto crítico: os clientes continuam sendo o principal alvo dos criminosos, mesmo quando não são diretamente atacados. Em situações como essa, o risco vai muito além do financeiro. A simples exposição de informações ou o atraso em transações pode gerar perda de confiança, danos à reputação e até ações judiciais e indenizações.
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Como você pode evitar ataques hacker na sua empresa?
Mesmo que nenhum sistema seja totalmente imune a ataques cibernéticos, empresas que adotam práticas sólidas de segurança reduzem os riscos de invasões, e de como consequência, de golpes digitais que exploram brechas técnicas e humanas.
Veja algumas medidas que fortalecem não apenas a estrutura tecnológica, mas também a cultura de segurança entre colaboradores e parceiros:
- Revise a segurança dos seus parceiros de tecnologia: verifique como seus parceiros protegem os dados da empresa, se fazem atualizações e como tratam falhas de segurança. Uma brecha em um fornecedor pode comprometer toda a operação.
- Use verificação em duas etapas (2FA) e controle os acessos: a 2FA adiciona uma camada extra de segurança, pedindo uma segunda confirmação além da senha, como um código no celular. Já o controle de acessos limita quem pode entrar em cada sistema da empresa. Juntas, essas medidas reduzem os impactos de invasões e impedem o uso indevido de credenciais roubadas.
- Acompanhe movimentações em tempo real: mantenha alertas ativos para detectar comportamentos fora do habitual e bloqueie todos os acessos e movimentações suspeitas. Dessa forma você previne que invasores tenham acesso aos sistemas da empresa durante muito tempo, o que pode diminuir os prejuízos.
- Faça checagens de segurança com frequência: simule ataques e revise sistemas para encontrar falhas de segurança antes que hackers encontrem elas. Essas medidas também ajudam a evitar golpes que envolvem vírus maliciosos, como o golpe do Water Saci, atinjam a empresa de maneira significativa.
- Tenha um plano claro para lidar com incidentes: defina quem deve agir, como comunicar e quais passos seguir em casos de ataques. Uma resposta rápida e organizada reduz os danos e mostra comprometimento com a proteção dos dados.
Essas ações não apenas diminuem o risco de ataques, mas fortalecem a confiança, a resiliência e a reputação digital, elementos fundamentais para empresas que atuam com dados sensíveis.
Além disso, com o Davi, sua empresa pode se informar sobre e educar colaboradores e clientes sobre o mundo da segurança digital e sobre golpes e fraudes financeiras. Mais do que uma ferramenta, o Davi é um aliado na construção de uma cultura de segurança e conscientização digital.
Perguntas frequentes
O que aconteceu no ataque hacker à FictorPay?
O que aconteceu no ataque hacker à FictorPay?
Hackers desviaram cerca de R$ 26 milhões explorando falhas em uma empresa terceirizada que prestava serviços à fintech. O ataque usou transações fraudulentas via Pix.
Os clientes da FictorPay foram afetados pelo ataque?
Os clientes da FictorPay foram afetados pelo ataque?
Segundo a empresa, nenhuma conta de cliente foi invadida diretamente. As perdas financeiras atingiram a própria fintech e expuseram falhas na segurança de fornecedores.
O que são ataques hackers em empresas?
O que são ataques hackers em empresas?
Ataques hackers em empresas são invasões digitais que exploram falhas em sistemas, redes ou aplicativos para roubar dados, aplicar golpes ou causar prejuízos. Mesmo com proteção, é essencial manter vigilância e atualização constante para reduzir os riscos.
Como as empresas podem se proteger de ataques hacker?
Como as empresas podem se proteger de ataques hacker?
Auditar fornecedores, restringir acessos, usar autenticação multifator e monitorar integrações são passos essenciais para evitar fraudes e invasões semelhantes.

